"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original" Albert Einstein
terça-feira, 20 de setembro de 2011
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
A extinção dos professores
O ano é 2.020 D.C. - ou seja, daqui a nove anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:
– Vovô, por que o mundo está acabando?
A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:
– Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.
– Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?
O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.
– Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?
– Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.
– E como foi que eles desapareceram, vovô?
– Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.
Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. O professores eram vítimas da violência – física, verbal e moral – que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.
Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.
Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.
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Profa. Dra. Maria das Graças Vieira
Curso de Administração de Empresas
Centro Acadêmico do Agreste
Universidade Federal de Pernambuco
**********************************************
OBS: Não esquecer que os dirigentes educacionais e vendedores de livros passaram a fazer críticas a educação tradicional e passaram a criar modelos de ensino sem nenhuma base científica e sem recorrer a pesquisas, com o tempo essa "tal educação moderna e progressista" não funcionou, recorreram a outros e mais outros modelos onde a avacalhação e a banalização vinham sempre como linha de frente. A cobrança e a punição a alunos foi totalmente abolida e proibida, e hoje a violência à dignidade dos professores impera.
"Nosso presente já é uma média do caos;
Erram os pais e o governo, a sociedade
cala, a escola falha e a polícia metralha.”
– Vovô, por que o mundo está acabando?
A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:
– Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.
– Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?
O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.
– Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?
– Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.
– E como foi que eles desapareceram, vovô?
– Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.
Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. O professores eram vítimas da violência – física, verbal e moral – que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.
Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.
Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.
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Profa. Dra. Maria das Graças Vieira
Curso de Administração de Empresas
Centro Acadêmico do Agreste
Universidade Federal de Pernambuco
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OBS: Não esquecer que os dirigentes educacionais e vendedores de livros passaram a fazer críticas a educação tradicional e passaram a criar modelos de ensino sem nenhuma base científica e sem recorrer a pesquisas, com o tempo essa "tal educação moderna e progressista" não funcionou, recorreram a outros e mais outros modelos onde a avacalhação e a banalização vinham sempre como linha de frente. A cobrança e a punição a alunos foi totalmente abolida e proibida, e hoje a violência à dignidade dos professores impera.
"Nosso presente já é uma média do caos;
Erram os pais e o governo, a sociedade
cala, a escola falha e a polícia metralha.”
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
A tragédia grega segundo Schelling
Muitas vezes se perguntou como a razão grega podia suportar as contradições de sua tragédia. Um mortal, destinado pela fatalidade a ser um criminoso, lutando contra a fatalidade e, no entanto terrivelmente castigado pelo crime que foi obra do destino! O fundamento dessa contradição, aquilo que a torna suportável, encontrava-se em um nível mais profundo do que onde a procuraram, encontrava-se no conflito da liberdade humana com o poder do mundo objetivo, em que o mortal, sendo aquele poder um poder superior – um fatum –, tinha necessariamente que sucumbir, e, no entanto, por não ter sucumbido sem luta, precisava ser punido por sua própria derrota. O fato de o criminoso ser punido, apesar de ter tão-somente sucumbido ao poder superior do destino, era um reconhecimento da liberdade humana, uma honra concedida à liberdade. A tragédia grega honrava a liberdade humana ao fazer seu herói lutar contra o poder superior do destino: para não ultrapassar os limites da arte, tinha de fazê-lo sucumbir, mas, para também reparar essa humilhação da liberdade humana imposta pela arte, tinha que fazê-lo expiar – mesmo que através do crime perpetrado pelo destino... Foi grande pensamento suportar voluntariamente mesmo a punição por um crime inevitável, a fim de, pela perda da própria liberdade, provar justamente essa liberdade e perecer com uma declaração de vontade livre.
Cartas filosóficas sobre o dogmatismo e criticismo
Schelling, F.W.J.
Última carta, redigida em 1795,
quando o filósofo tinha apenas 20 anos
terça-feira, 13 de setembro de 2011
I SIMPÓSIO EM NEUROCIÊNCIAS DA UENF: "Neuromania - uma aventura interdisciplinar"
I Jornada de Neurofilosofia da UENF
IV Ciclo de Debates do NEPENC
I Encontro de Neuroeducação da UENF
O I Simpósio em Neurociências da UENF: "Neuromania: uma aventura interdisciplinar", reunindo o I Jornada de Neurofilosofia e Cognição da UENF, o IV Ciclo de Debates do NEPENC e o I Encontro de Neuroeducação, visa reunir estudiosos e pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, mais especificamente da psicologia, filosofia e educação para debate interdisciplinar no campo das neurociências. Embora o prefixo neuro, quando associado às mais tradicionais áreas do conhecimento desperte estranheza, ele denuncia o fundamental papel que o Sistema Nervoso Central desempenha na instalação, desenvolvimento e manutenção da cognição e do comportamento dos homens, desde os seus mais elementares reflexos até suas mais abstratas reflexões morais. Os três módulos constituinte do I Simpósio de Neurociências da UENF refletem este reconhecimento. No módulo I: Neurofilosofia, discute-se a corporeidade da decisão; no módulo II: Neuropsicologia, confronta-se sonho e realidade; e no módulo III: Neuroeducação, desvenda-se alguns processos da aprendizagem, sem perder de vista os correspondentes substratos neurais.
Local: Multimídia do CCH/ UENF.
Inscrições: na secretaria do LCL(UENF) ou pelo e-mail: nepenc.uenf@gmail.com
Público Alvo: graduandos, pós-graduandos, docentes, pesquisadores, enfim, todos aqueles que interessam pela temática do evento.
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